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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

MORDIDAS NA CRECHE

Quantas vezes não presenciamos mães indignadas (para não dizer assustadoramente bravas), com crianças de dois ou três anos (e obviamente com suas mães...), que deram mordidas nas bochechas, braços e mãos dos seus filhotinhos?? E lá estão elas, na porta da escola, querendo falar com a diretora!
imagem internet
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A gente entende. Mãe é leoa. Mãe é ursa. Defende a cria.
Mas vamos entender um pouquinho mais sobre esse negócio das mordidas.
Sim, seu filho vai levar mordidas nos primeiros anos de educação infantil. E, sim, ele vai morder também!
O fato é que, de acordo com a teoria do desenvolvimento Psicossexual de Sigmund Freud, a criança, desde quando nasce até aproximadamente seus dois anos de idade, tende a conhecer todo o universo externo com a boca. Ela morde, lambe, põe tudo na boca.
É a famosa FASE ORAL, onde a criança tem um prazer imenso na zona da boca. Descobre sensações gostosas mamando, chupando chupeta, colocando os dedinhos na boca, mordiscando, lambendo. E tudo isso faz com que ela aprenda sobre o mundo ao seu redor.
Morder um objeto, um brinquedo, faz com que a criança o explore, o conheça. E isso é extremamente importante para o seu desenvolvimento cognitivo, de acordo com Jean Piaget. A partir dos esquemas sensoriais, essa criança vai adquirindo conhecimentos novos sobre o universo que a cerca.
Mas, conforme ela vai crescendo, vai experimentando novos sentimentos, como frustração, raiva, abandono. E, como ainda não consegue verbalizar, pois ainda é pequenininha e não adquiriu a linguagem, ela tende a se defender também com a boca. Aí surgem as mordidas. Nos outros!
De verdade, a mordida faz parte do desenvolvimento da criança. Porém, não é porque é algo comum, e até esperado, que devemos deixar que aconteça repetidamente.
O que podemos fazer, então?
Adultos tem de ser os mediadores. Ou seja, é preciso mostrar para a criança que existem outras maneiras de demonstrar seus sentimentos. Não precisa bater, chutar, puxar cabelos ou morder!!! Assim, imitando o comportamento adulto, essa criança vai aprender que a comunicação pode ir além dos movimentos corporais.
Mas morder é tão, tão gostoso!!!!
Mamães, papais, cuidadores, educadores e todo mundo que convive com crianças pequenas, tem de entender que a estimulação oral é importante nesta fase, tanto na perspectiva cognitiva, quanto na perspectiva emocional, para desenvolvimento da personalidade. Por isso, brinquedos atóxicos, livros de banho, materiais que podem ser levados à boca são super bem-vindos para um bebê explorador.
Quando privamos essa criança desta oralidade nessa idade, pode ser que ela fique com uma carência na fase oral ou até uma fixação nela. Prejudicando, assim, o desenvolvimento de traços saudáveis de personalidade. Portanto, pode sim morder brinquedos, mordedores, chupetas e colocar dedo na boca. É gostoso demais, dá prazer e a criança aprende!
E no lugar de ficar brava com a criança de dois aninhos ou até bloquear a mãe dela no face e no whats – pois no seu pensamento criança que morde provavelmente não foi bem educada em casa –  a mamãe que queria falar com a diretora da escola para pedir satisfações em relação à mordida deve ler este texto aqui!
Até porque esta fase passa. A criança, aos dois anos, tende a desmamar. E, com desmame, a gente quer dizer que ela tende a parar de ter esse imenso prazer oral apenas. Perde o interesse pela mamadeira, explora objetos com outros órgãos e sentidos, começa a desenvolver a linguagem e descobre que ela é uma ótima ferramenta para a comunicação! E isso faz com que ela adquira traços de independência e autonomia!
As crianças crescem. E as fases mudam! 
TEXTO RETIRADO SITE:http://www.duvidademae.com.br/home/2015/12/13/minha-filha-foi-mordida-na-escola-pode-isso-senhora-diretora

Olhar atento dia após dia
Nhac! Bobeou, levou uma mordida. Olavo Costa

"No início do ano letivo, ocorreram vários casos motivados por disputa de brinquedos e questões afetivas", exemplifica Tatiana Bonato, que leciona para duas turmas de berçário. Sempre que episódios assim ocorriam, a educadora acalmava a vítima e, na sequência, conversava com quem tinha mordido. Em geral, o agredido não entende o porquê daquilo. E o autor do gesto não o vê necessariamente como uma violência. "Orientamos as professoras a confortar a criança ferida e mostrar ao colega o que ele fez. É importante que ele perceba a consequência da ação, mesmo sem ter tido intenção de machucar", diz a coordenadora. Olhar para os meninos e meninas e dizer frases como "Não pode. Dói", sem gritar, é uma boa opção. Com isso, espera-se que eles vão compreendendo que morder não pode ser a melhor forma de se comunicar.

Vale, também, mapear o primeiro evento, fazendo uma análise detalhada. Como a mordida se deu? A dupla estava brincando? Havia mais gente junto? Um deles estava ansioso para pegar o brinquedo? Ou animado, gargalhando? Havia indícios de irritabilidade? Assim, a educadora vai levantando pistas que auxiliam na compreensão do caso e ajudam a rever a organização das atividades em sala. Como diz o texto Mordidas: Agressividade ou Aprendizagem?, "para acabar com o problema, é preciso pensar sobre a rotina, o espaço, a quantidade e a variedade de brinquedos. Estar atento aos detalhes. Muitas vezes, são eles os fatores desencadeadores de mordidas".http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/mordidas-creche-educacao-infantil-crianca-dente-815426.shtml


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